quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O que causou a Greve dos Caminhoneiros em 2018?

O preço dos combustíveis vinha subindo no Brasil desde 2017, reflexo da política adotada pela Petrobras de acompanhar as variações internacionais no preço do petróleo - no início de 2016, o barril estava a 30 dólares, já na semana anterior à greve de 2018, atingia 80 dólares. Até 2015, o preço ofertado pela Petrobras era influenciado por decisões do governo, que chegou a determinar a venda a prejuízo para tentar conter a inflação, o que causou prejuízo bilionário à estatal. Aliado a isso ocorreu um aumento do dólar perante o real nas semanas que precederam a greve. Quanto ao impacto tributário no preço dos combustíveis, cerca de 45 por cento do preço final são tributos - 29% estaduais e 16% federais. Outra paralisação de extensão nacional dos motoristas de caminhão havia ocorrido em 9 de novembro de 2015, tendo como pauta a renúncia de Dilma Rousseff, além da redução do preço dos combustíveis.

Em 21 de maio de 2018, o preço da gasolina praticado no Brasil era igual à média mundial (US$ 1,17) e o diesel era comercializado a 8,4% abaixo do preço médio mundial (US$ 0,98 contra US$ 1,07). Dentre 61 países, ordenados daquele com a gasolina mais barata àquele com a mais cara, considerando apenas o preço médio o Brasil figurava na 22.ª posição em Maio de 2018. Considerando o salário médio, fica em 51.º, e considerando ainda o percentual gasto com gasolina, em 56.º.

No dia 16 de maio, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos apresentou um ofício ao governo federal pedindo o congelamento do preço do óleo diesel e a abertura de negociações, mas foi ignorada. No dia 18, a organização lançou um comunicado em que mencionava a possibilidade de paralisação a partir do dia 21, o que de fato ocorreu.

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