quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Histórico da Greve dos Caminhoneiros em 2018

A greve teve início na manhã do dia 21 de maio de 2018. No dia 23, a Câmara dos Deputados aprovou o corte do PIS/Cofins sobre os combustíveis, o que ainda precisaria ser votado no Senado. Ao mesmo tempo, foi aprovada a reoneração da folha de pagamento de 56 setores, a fim de balancear as perdas com o corte tributário, exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo considera ainda o corte da Cide sobre o diesel.

No dia 23 de maio, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) afirmou que, até o dia 25, liberaria o transporte de remédios e carga viva. Não havendo um acordo entre a categoria e o governo até a data, haveria "paralisação total". A Abcam afirma representar cerca de 600 mil motoristas.

No dia 24, filas se formavam para abastecer em postos, que elevavam o preço da gasolina, e alguns alimentos faltavam em supermercados ao redor do país. Além disso, aeroportos enfrentavam desabastecimento de combustível, tendo que cancelar voos. O transporte público de algumas cidades foi impactado, bem como os serviços hospitalares. Quatro municípios decretaram situação de calamidade pública devido aos desabastecimentos, no Rio Grande do Sul. No mesmo dia, a Petrobras anunciou uma redução no preço dos combustíveis, o que fez as ações da empresa despencarem 15 por cento uma perda de 45 bilhões em valor de mercado. Ainda no dia 24, transportadoras se juntaram aos motoristas autônomos na paralisação.
Ao longo da semana, outras categorias também se uniram à paralisação. Em São Paulo, aderiram os motoristas de vans; em Brasília e em Porto Alegre, os motoboys, bem como os motoristas do Uber. No Rio Grande do Sul, agricultores se somaram ao movimento. Alguns grupos, além das reivindicações principais, pediam intervenção militar.

No quinto dia de greve, o Aeroporto Internacional de Brasília começou a operar em "estado crítico". Em Brasília, onze regiões administrativas tiveram diminuição das frotas de ônibus, nove voos foram cancelados no Aeroporto de Brasília e a maioria dos postos de combustível da capital está sem estoque. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas decretou estado de emergência e pode apreender combustível. Segundo o portal G1, o estado de emergência pode evoluir para estado de calamidade pública. Municípios de quatro outros estados, dentre eles Porto Alegre e Campinas, também decretaram situação de emergência. Em entrevista ao SPTV, o prefeito disse que "Não é uma situação corriqueira. Não se trata de um problema menor. Amanhã talvez tenha problema no serviço funerário".

No Rio de Janeiro, a Prefeitura do município decretou estágio de atenção às 16h30min. Serviços como o BRT, ônibus normais, abastecimentos de alimentos e combustíveis estavam em estado de crise. No Centro de Abastecimento do Rio de Janeiro, os alimentos já estavam escassos, 90 por cento dos postos de combustíveis do estado estavam completamente vazios.

O Sincopetro afirmou que, em São Paulo, os postos de gasolina não possuem mais gasolina comum e etanol. Apenas diesel e gasolina aditivada podem ser encontrados na capital.

Ainda no quinto dia, os governos dos estados de Pernambuco e Sergipe, ambos da Região Nordeste, decretaram Situação de Emergência após o agravamento da crise em todos os setores.

Em uma reunião realizada no dia 26 de maio, no Rio de Janeiro, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) decidiu aderir as paralisações, comunicando que a partir da 0h de 30 de maio, os trabalhadores pretendem parar as atividades por 72 horas, até às 23h 59min de 1.º de junho.

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